Migalhas – Após derrotas no Supremo, Bolsonaro diz que não vai mais admitir interferências

mesmo de Bolsonaro assumir a presidência, seu “clã” já proferia ataques às instituições democráticas. Um episódio famoso se deu em meio às eleições presidenciais de 2018: o 03 disse que, para fechar o Supremo, bastariam “um cabo e um soldado”.

O cenário permaneceu após o ingresso no Executivo e se agrava com o tempo. Após sofrer algumas derrotas no Supremo nos últimos dias, Jair Bolsonaro exaltou apoio dos militares, disse que “quase tivemos uma crise institucional” e que “não vai mais admitir interferências“.

Derrotas

Uma crise política foi gerada no último dia 24, após Moro anunciar que deixaria o Executivo visto que não aceitava o fato de Bolsonaro se imiscuir na Polícia Federal. O presidente havia comunicado o então ministro da Justiça de que tiraria do comando da PF o diretor-Geral escolhido por Moro. Em troca, nomearia alguém de sua própria confiança.

Ato contínuo, Bolsonaro realizou o que anunciava: nomeou Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro, para o cargo. Mas a nomeação foi barrada por liminar do ministro Alexandre de Moraes, sob o entendimento de “viável ocorrência de desvio de finalidade do ato presidencial de nomeação”.

A decisão gerou reações. Segundo a Folha de S.Paulo, o próprio presidente do STF, ministro Dias Toffoli, teria ficado contrariado com a decisão de Moraes, que recebeu acusações de estar fazendo “ativismo judicial”. Contrariado, Bolsonaro disse que “quase tivemos uma crise institucional”. “Faltou pouco.”

Após ser provocado pela PGR, o ministro Celso de Mello autorizou abertura de inquérito para apurar acusações de Moro contra Bolsonaro. O mesmo ministro também autorizou investigação contra o ministro da Educação, Abraham Weintraub, por suposto crime de racismo cometido após ofensas, nas redes sociais, contra o povo chinês.

Outra “derrota” de Bolsonaro no Supremo aconteceu no último sábado, 2. O ministro Luís Roberto Barroso suspendeu a expulsão de funcionários da Embaixada da Venezuela que havia sido ordenada pelo presidente da República e pelo ministro das Relações Exteriores. A suspensão vale por 10 dias e o ministro requisitou, neste período, que o Executivo preste informações sobre a expulsão.

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