{"id":1663,"date":"2023-06-29T08:48:49","date_gmt":"2023-06-29T11:48:49","guid":{"rendered":"https:\/\/sindsalba.org.br\/?p=1663"},"modified":"2023-06-29T08:48:49","modified_gmt":"2023-06-29T11:48:49","slug":"correio-confira-quais-sao-as-novidades-do-dois-de-julho-deste-ano","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/sindsalba.org.br\/correio-confira-quais-sao-as-novidades-do-dois-de-julho-deste-ano\/","title":{"rendered":"Correio – Confira quais s\u00e3o as novidades do Dois de Julho deste ano"},"content":{"rendered":"
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Quando os primeiros raios de luz despontarem no horizonte no pr\u00f3ximo domingo (2), o sol ser\u00e1 mais brasileiro do que nunca no trajeto entre a Lapinha e o Campo Grande. No Pavilh\u00e3o 2 de Julho, restauradores d\u00e3o os \u00faltimos retoques nas carruagens, as grandes estrelas da festa e agentes da prefeitura finalizam a revitaliza\u00e7\u00e3o do largo. A comemora\u00e7\u00e3o do bicenten\u00e1rio da Independ\u00eancia do Brasil na Bahia ganhou feitos in\u00e9ditos, como a separa\u00e7\u00e3o das pe\u00e7as dos carros do Caboclo pela primeira vez e a inclus\u00e3o de quatro cidades na passagem da chama simb\u00f3lica.<\/p>\n<\/div>\n

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Todo cuidado \u00e9 pouco no trabalho de restaura\u00e7\u00e3o dos carros que carregam as imagens do Caboclo e da Cabocla durante o cortejo da festa. As pe\u00e7as s\u00e3o feitas de madeira, o que dificulta a conserva\u00e7\u00e3o, e mant\u00e9m partes originais. Para se ter uma ideia, basta salientar que as rodas das carruagens s\u00e3o as mesmas utilizadas para carregar armamentos na batalha pela independ\u00eancia, em 1823.<\/p>\n<\/div>\n

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Para comemorar os 200 anos da independ\u00eancia do territ\u00f3rio nacional, o carro mais antigo, do Caboclo, foi desmontado pela primeira vez. Isso garantiu uma restaura\u00e7\u00e3o mais profunda, especialmente na imagem do drag\u00e3o, que tinha marcas de cupim. A preserva\u00e7\u00e3o da tradi\u00e7\u00e3o passou pelas m\u00e3os de 15 pessoas e o trabalho durou pouco mais de tr\u00eas meses. H\u00e1 26 anos, o restaurador Jos\u00e9 Dirson Argolo \u00e9 o respons\u00e1vel pelo restauro das pe\u00e7as.<\/p>\n<\/div>\n

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\"Cl\u00e1udia
Cl\u00e1udia Barbosa participa da equipe que restaura os carros h\u00e1 mais de uma d\u00e9cada. Cr\u00e9dito: Paula Fr\u00f3es<\/figcaption><\/figure>\n<\/div>\n<\/div>\n
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\u201cAntes, n\u00f3s restaur\u00e1vamos dentro do Pavilh\u00e3o, mas como ele passou por reformas, transportamos as carruagens para o ateli\u00ea. Isso foi bom porque percebemos que as pe\u00e7as tinham avarias internas, como ataque de cupins e deslocamento de blocos de madeira\u201d, explica Argolo. Outros monumentos que fazem refer\u00eancia ao Dois de Julho tamb\u00e9m foram reparados para a festa. Entre eles, o Pante\u00e3o de Piraj\u00e1, o busto do general Labatut e o Monumento ao Dois de Julho, no Campo Grande.<\/p>\n<\/div>\n

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O Pavilh\u00e3o 2 de Julho, na Lapinha, tamb\u00e9m foi reformado e, a partir deste m\u00eas, ficar\u00e1 aberto para visita\u00e7\u00e3o. Ou seja, os caboclos n\u00e3o ficar\u00e3o mais escondidos dos olhos do p\u00fablico e poder\u00e3o ser contemplados durante todo o ano. A ideia \u00e9 inserir o local, por onde as tropas vitoriosas entraram em 1823, na rota tur\u00edstica da cidade. Enquanto as equipes fazem os \u00faltimos ajustes, moradores aguardam ansiosos a chegada do domingo.<\/p>\n<\/div>\n

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\"A
A Lapinha e o Campo Grande passam pelos \u00faltimos ajustes para receber o p\u00fablico . Cr\u00e9dito: Paula Froes<\/figcaption><\/figure>\n<\/div>\n<\/div>\n
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Expectativa<\/h3>\n<\/div>\n
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Aos 91 anos, Maria Menezes observa atentamente o trabalho das equipes que instalam a nova ilumina\u00e7\u00e3o no Largo da Lapinha – uma extens\u00e3o do seu quintal. Desde que a obra come\u00e7ou, h\u00e1 pouco mais de tr\u00eas meses, ela reza pelo cuidado dos trabalhadores, assim como reza para Catarina Paragua\u00e7u, ind\u00edgena tupinamb\u00e1 representada pela figura da Cabocla. Maria vive na regi\u00e3o desde os 11 anos e, mesmo com as dificuldades de locomo\u00e7\u00e3o, deseja ver de perto o in\u00edcio do cortejo.<\/p>\n<\/div>\n

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\u201cEu lembro de ver o desfile de longe pela primeira vez, quando tinha 11 anos. Mesmo com as dificuldades, quero ir at\u00e9 a pra\u00e7a ver as imagens de pertinho. Eu sempre rezo para Catarina\u201d, diz Maria. Ao lado dela, Raymundo Marx, seu companheiro h\u00e1 mais de 60 anos, tamb\u00e9m acompanha os preparativos da porta de casa. \u201cEu sempre fui mais de ficar quietinho, ela que sempre gostou de ver o movimento de perto\u201d, revela.<\/p>\n<\/div>\n

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A independ\u00eancia da Bahia mexe com os sentimentos do povo ainda hoje, atrav\u00e9s das hist\u00f3rias passadas atrav\u00e9s de gera\u00e7\u00f5es. Na d\u00e9cada de 80, Valdelice Almeida, 79, entrou na Igreja Nossa Senhora da Concei\u00e7\u00e3o da Lapinha vestida de noiva. Al\u00e9m da pra\u00e7a abrigar o local em que se casou, \u00e9 espa\u00e7o de lembran\u00e7a dos anos em que assistiu o in\u00edcio dos cortejos na companhia da av\u00f3.<\/p>\n<\/div>\n

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\u201cEra uma tradi\u00e7\u00e3o vir aqui com a minha av\u00f3 para ver o in\u00edcio do cortejo. \u00c9 uma data muito importante para nossa hist\u00f3ria, pena que muitas pessoas n\u00e3o d\u00e3o a devida import\u00e2ncia\u201d, lamenta. Na tarde de quarta-feira (28), ela passeava pela Lapinha na companhia da sobrinha. As duas pretendem ver o desfile mais uma vez, no domingo.<\/p>\n<\/div>\n

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Mesmo quem trabalha com a parte t\u00e9cnica dos preparativos n\u00e3o consegue deixar a emo\u00e7\u00e3o de lado. Para Cl\u00e1udia Barbosa, restauradora que participa dos reparos das carruagens, toda a entrega vale a pena ao contemplar as imagens dos caboclos . \u201cA gente se arrepia, todo ano \u00e9 uma emo\u00e7\u00e3o e, dessa vez, ainda mais especial pelo bicenten\u00e1rio. Toda a equipe vem prestigiar no domingo, \u00e9 uma festa nossa\u201d, comemora.<\/p>\n<\/div>\n

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Cidades do Rec\u00f4ncavo Norte participar\u00e3o do desfile pela primeira vez<\/h3>\n<\/div>\n
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Outra novidade no cortejo deste ano \u00e9 a inclus\u00e3o de quatro cidades que receber\u00e3o a passagem do fogo simb\u00f3lico. Mata de S\u00e3o Jo\u00e3o, Dias D’\u00c1vila, Cama\u00e7ari e Lauro de Freitas participar\u00e3o das comemora\u00e7\u00f5es do Dois de Julho pela primeira vez, depois de 50 anos. Uma chama simb\u00f3lica passar\u00e1 pelas cidades e se encontrar\u00e1, em Sim\u00f5es Filho, com o outro fogo que, tradicionalmente, sai de Cachoeira.<\/p>\n<\/div>\n

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O fogo do Dois de Julho representa a uni\u00e3o dos povos para a conquista da liberta\u00e7\u00e3o da Bahia e do Brasil. Fazer parte da festa era um pleito antigo dos quatro munic\u00edpios, que se mobilizaram atrav\u00e9s do Cons\u00f3rcio Intermunicipal do Rec\u00f4ncavo Norte.<\/p>\n<\/div>\n

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A pesquisa sobre a participa\u00e7\u00e3o das cidades, realizada pelo historiador Diego Copque, deu origem ao livro Presen\u00e7a do Rec\u00f4ncavo Norte da Bahia na Consolida\u00e7\u00e3o da Independ\u00eancia do Brasil, publicado em maio de 2022. O historiador Murilo Mello explica que as localidades contribu\u00edram para o cerco das tropas portuguesas que se instalaram em Salvador. A medida fazia parte da estrat\u00e9gia de evitar a chegada de suprimentos para os invasores.<\/p>\n<\/div>\n

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Na sexta-feira (30), \u00e0s 7h30, haver\u00e1 a sa\u00edda do Fogo Simb\u00f3lico do Rec\u00f4ncavo Leste, de Cachoeira, e, do Rec\u00f4ncavo Norte, de Mata de S\u00e3o Jo\u00e3o. Ambos se encontrar\u00e3o no s\u00e1bado (1), em Sim\u00f5es Filho, ao meio dia.<\/p>\n<\/div>\n

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O projeto Bahia livre: 200 anos de independ\u00eancia \u00e9 uma realiza\u00e7\u00e3o do jornal Correio com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador.<\/i><\/p>\n<\/div>\n

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*Com orienta\u00e7\u00e3o de Monique L\u00f4bo.<\/i><\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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