A Assembleia Legislativa da Bahia estreou, na tarde desta terça-feira (15), o projeto Conversa com o Escritor, promovido pelo Departamento de Documentação e Informação da Biblioteca da instituição. Para o primeiro bate-papo literário, que reuniu servidores, visitantes e estagiários, foi convidada a pedagoga e contista infantojuvenil, Iray Galrão, também professora de Estudos Africanos.
Na conversa, a escritora natural de Ubaíra relatou sua experiência na literatura, narrou as histórias de alguns dos seus livros, a exemplo do Anjinho Jojó, o primeiro rebento, ganhador do Prêmio de Literatura da Copene, em 1999, cujo tema central é a pluralidade e a igualdade racial. Além de escrever, Iray ilustra e borda a maioria dos seus livros, que depois são fotografados e impressos pelo editor.
RACISMO
Iray é autora de nove livros, entre eles Bia, a Nuvem que não queria chover; A fada mimosa e o sumiço da rosa; O casamento da Zazinha e Lendas Africanas. Atualmente, exerce a função de chefe de intercâmbio da Casa de Benin e de professora de Religiões de Matriz Africana e de Lendas Africanas, do curso de Especialização, promovido pela Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado (Fetrab) e pela Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (Aceb).
“Tudo que escrevo é sobre racismo, porque eu acho a discriminação uma coisa muito perversa”, afirmou Iray, que incentivou os presentes a entraram no mundo da literatura. “É bom a gente escrever, desanuvia a cabeça, é uma terapia, principalmente para quem é ansiosa como eu”.
PROJETO
O objetivo principal do projeto, segundo Iracilda Nunes, gerente do departamento de Documentação e Informação da Biblioteca, é levar informação sobre literatura às pessoas, aproximando-as dos livros, “fazendo com que conheçam essas obras e se enriqueçam em termos de informação, para que possam gostar mais da leitura”.
Para Iracilda, foi muito importante ter contado com Iray Galrão na estreia do projeto. “Ela é uma escritora diferenciada, que fala de preconceito de uma forma lúdica, leve, emocionante, mas não agressiva. As pessoas se sentem confortáveis e sentem empatia, se colocam no lugar do outro e aprendem muito mais fácil com os temas que ela aborda”, destacou.
Entre os participantes da roda de conversa, a estagiária da Biblioteca, Renata Souza, 17, achou a iniciativa excelente e está na expectativa dos próximos eventos. “É muito bom, porque traz pra gente um pouco de literatura, já que, hoje em dia, a gente fica dispersa e deixa o livro de lado, por conta da tecnologia. Em mim pode não ter despertado a escritora, mas a leitora, com certeza!”, afirmou.